terça-feira, 21 de setembro de 2010

20 de setembro


 
 Eis que no amanhecer do dia 20 de setembro de 1835, Porto Alegre é invadida pelos rebeldes. Homens armados, sob a liderança de Onofre Pires e Gomes Jardim, cruzaram a Ponte da Azenha e deram início a famosa Revolução Farroupilha, marcando o solo rio-grandense por 10 longos e sangrentos anos.
Acontece que, essa Revolução não ficou somente na história do Rio Grande do Sul, ela também influenciou a cultura e as tradições das gerações seguintes, e ajudou a moldar um estado com características muito diferentes do resto do país.
Não ganhamos a guerra, não adquirimos nossa liberdade, e tão pouco nossa economia teve o reconhecimento que merecia, porém adquirimos um amor pelo Rio Grande e um regionalismo tão forte, que nos fazem ter, ainda hoje, um orgulho fora do comum por esta terra.
No ano de 1995, a data de 20 de setembro foi definida pela Constituição Estadual como feriado civil, conhecido por muitos como o DIA DO GAÚCHO. As comemorações iniciam uma semana antes, onde os Centros de Tradições Gaúchas realizam Rondas Crioulas, com cafés de chaleira, apresentações artísticas, fandangos e comidas típicas. É a famosa Semana Farroupilha. Tudo termina no dia 20 de setembro com um lindo desfile das cavalarias. Pelas ruas, as gentes pilchadas, crianças indo para as escolas de vestido de prenda, bota, bombacha e chapéu. No trabalho, nas universidades, todo o pessoal vestido a rigor, com direito a chimarrão, música gaúcha e uma comemoração bem tradicionalista.
Como é gostoso acordar cedo, ir a um CTG e tomar aquele café de chaleira regado a cueca-virada, revirado de feijão, bolo formigueiro... tudo isso depois de cantar o Hino Rio-grandense, hastear a bandeira do nosso estado e dizer aos quatro ventos o quanto é gostoso ter nascido gaúcho.
Mesmo aqueles que não são tradicionalistas assíduos se comovem durante a Semana Farroupilha, tiram a pilcha do fundo do ropeiro, vão a bailes, assistem aos desfiles... Até em boates se toca o Hino rio-grandense e é lindo ver a "indiada" erguendo as mãos e cantando em alto e bom som para que "sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra"!
A questão não é se somos melhores ou piores que o resto do Brasil, o fato é que temos o amor pela nossa terra como um forte diferencial, e esse eu digo: podemos ter uma crise, perder regalias, ficar entre os piores estados do país, mas o orgulho, este não perdemos. Podemos adorar ser brasileiros, mas amamos ser gaúchos, e não importa quem ou o que for, em qualquer parte do mundo defendemos nosso estado com unhas e dentes. Aos olhos dos outros podemos ser sempre grossos, regionalistas, bairristas, como quiserem. Mas aos nossos olhos seremos sempre, e acima de tudo, GAÚCHOS.