terça-feira, 18 de maio de 2010

O que nos leva a amar alguém?

"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão.
O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por uma conjunção estelar...
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem ou gosta do Caetano.
Isso são só referências.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira como os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante.
Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia ao sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo.
Nem no ódio vocês combinam.
Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela, e ela adora implicar com você.
Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste.
Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário.
Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha.
Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, e mesmo assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga.
Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas.
Por que você ama esse cara?
Ah, o amor, essa raposa.
Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática:
eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio, nem consulta no SPC.
Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares. Generosos têm às pencas. Bons motoristas, bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é...!
Pense nisso."

- Porque não se ama por ser certo, por ser simples. Se ama pela pele, pela inquietude. -


sexta-feira, 14 de maio de 2010


Por favor não perturbe. Não seja mais um peso em meu tapete de entrada. Não me queira por inteiro, não me busque. Respeite o aviso na minha maçaneta. Não entre sem avisar me trazendo mais coisas em que pensar. Não seja um problema. O lado bom de estar a mercê do destino é estar aberta a novidades, mas a novidades fortalecedoras, engrandecedoras, boas novidades.
Cheguei em um ponto seletivo, onde barrarei entradas, jogarei fora pesos mortos e deixarei entrar somente boas almas, bons fluidos, boas energias e boas aventuras.
Acho tão triste aqueles que dizem "ok, ta aí" e são sujeitos a "estarem aí" pra sempre. Isso me apavora. Procuro pensar que sou privilegiada por poder dizer "tá, e agora?" e ter o maravilhoso poder de escolha. Estou a mercê do destino, coisa apavorante e maravilhosa.
Quero à minha porta todos os sonhos, todas as possibilidades de vitória, todos os caminhos estranhos e encantadores. Quero à minha porta todas as pessoas grandiosas, que marcam presença e não apenas "estão aí" sem ao menos deixarem lembranças e saudades.
Quero poder escolher futuros, almas, corações. Quero aproveitar isso. Sei que posso. Então, por favor, entenda - quero estar a mercê do destino mas sem preocupações desnecessárias e mesquinhas. Quero estar aberta a algo bom, algo grande. Mesquinharias esconderei sob o tapete. Quero desfrutar esse momento que é só meu. Não quero dividi-lo, torna-lo menor. Quero os meus sonhos só para mim, não posso compartilha-los e não posso permitir que os vivam em meu lugar. São meus. Peço, não perturbe. Não queira se tornar um peso morto sob o meu tapete de entrada.
Vou me permitir estar a mercê do destino, a mercê do mundo e do que ele quiser que eu seja. Apenas me preocupo, espero e rogo, que eu tenha olhos bem abertos e ouvidos bem atentos para saber quando é a hora exata de abrir a porta.


domingo, 9 de maio de 2010


Certa vez ele perdeu o emprego. Ligou pro amigo, que lhe deu palavras de confiança e buscou um novo emprego a seu lado. Outra vez ele terminou o namoro, aquele que pensou que duraria para sempre. Chamou o amigo, tomaram umas cervejas, deram risada juntos, e toda a tempestade se acalmou. Um dia ele ganhou uns trocados na loteria. Contou pro amigo, que chamou a turma e fizeram uma festa regada a muita diversão e recordações dos velhos tempos da faculdade. Outra feita ele não sabia o que tinha, andava desanimado, não sabia o que fazer. O amigo foi até sua casa e conversaram por horas sobre tudo e sobre todos. Ele continuou sem saber o que fazer, mas ficou feliz de certa forma. Um dia ele perdeu a casa, e no auge do desespero, ligou pro amigo, que lhe deu o teto e o sofá da sala. Refletindo sobre a vida difícil que levava, pensou nos problemas, no emprego ruim, na ex namorada, e no fato de agora também não ter onde morar... Pensando no quão infeliz estava, olhou pro lado e percebeu que ele podia perder o emprego, a namorada, e até a casa, mas ele sempre teria um amigo. E viu que nenhuma barreira teria sido menos difícil de ultrapassar se ele não tivesse com quem dividir o peso, e que nenhuma alegria seria tão completa sem ninguém pra compartilhar. E ele percebeu que qualquer pessoa pode ter momentos bons, mas só é plenamente feliz quem tem um amigo. E ele soube, naquele instante, que não tinha uma casa, mas sempre teria um lar.

- aos meus amigos que estão sempre lá... pois não importa o quão distantes, o quão desligados ou as novas turmas que encontramos pelo caminho, a gente sempre é da gente...

sábado, 1 de maio de 2010


O que é essa chama? Esse peito clamando, explodindo, pedindo... O que é esse fogo que arde sem motivo, essa pulsação viva, essa sensação? O que é? Vem sem pedir, tomando conta do corpo, da mente, da alma... Lulu Santos fica repetindo "Como uma idéia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer..." O mundo escapa pelas mãos, vejo tudo de fora, lugar errado, hora errada, pessoas erradas... Essa sensação... Põe no papel, rabisca, tenta... pensa, pensa, pensa... Tudo a minha volta é pequeno demais para aquilo que preciso fazer... Coisas pequenas demais... Essa chama que chama, que arde, clama... Essa sensação... "eu acho tão bonito isso de ser abstrato baby, a beleza é mesmo tão fugaz..." vejo tudo diferente, entendo diferente, preciso ser diferente... "se amanhã não for nada disso caberá só a mim esquecer, e eu vou sobreviver..." essa prisão... essa fuga, esse alívio em outros alguéns, posso ser qualquer um, e no fim sei que não sou ninguém.. fuga - mas que pede, que arde, que pulsa... essa prisão... "e o que eu ganho, o que eu perco, ninguém precisa saber"... essa chama...