segunda-feira, 28 de junho de 2010

Viagem e frio - Saiba quais são os destinos que combinam com baixas temperaturas

Por Fernanda Rüntzel da Costa

Quando surgem as férias a clássica pergunta é: para onde viajar? Os destinos são inúmeros e dos mais variáveis possíveis, o que torna necessário delimitar objetivos e avaliar fatores importantíssimos como dinheiro e tempo disponível para a viagem. Eu diria que ainda há mais um fator determinante na escolha do destino: o clima. Há lugares que são consideravelmente melhores no verão, e, em contra partida, há lugares que são infinitamente mais atrativos no inverno.


Se você acha que a Europa é sem dúvida o “point” do inverno, saiba que há países onde a chuva é constante nesta época do ano, e onde a maioria das atrações são ao ar livre, obrigando os turistas a suportarem uma temperatura nada confortável.

Eu daria dicas bem simples:

Quer conhecer a Itália? Viaje no verão. Ela não é uma opção ruim no inverno, mas suas praias são realmente muito boas e vale a pena conhecê-las. Os “gelati” ou sorvetes, também são uma forte atração italiana e não podem deixar de serem apreciados sem moderação. Mesmo lugares clássicos como o Coliseu em Roma e a cidade de Veneza exigem muitas caminhadas ao ar livre, o que não é nada prazeroso com temperaturas negativas. E a Itália ainda oferece muitas opções de passeios, são muitos destinos imperdíveis que exigem uma boa disposição, mais percebida no verão.

Portugal é outro país que aconselharia você a ir no verão. O inverno lá não é tão frio como no resto da Europa, mas as chuvas são constantes. Sem falar que Portugal oferece uma infinidade de lindos parques e jardins que são muito mais agraciados com as flores e paisagens de estações quentes. O sul de Portugal ainda oferece as praias do Algarve que são lindíssimas e muito disputadas por turistas. No inverno português, lhe aconselharia conhecer a Serra da Estrela, localizada no norte do país - é lá o lugar da neve e das pistas de esquis.

A Espanha na minha concepção fica em cima do muro. Há muitos museus e atrações possíveis para o inverno, e cuidando para não pegar dias chuvosos, é um lugar onde se pode aproveitar tanto no calor quanto no frio.

Outro destino que fica em cima do muro é a Holanda, você aprecia os coffee shops, pubs, museus e variadas atrações de Amsterdam em qualquer temperatura, pode ser que no inverno você não veja as infinitas plantações de tulipas, mas ainda assim vale a pena.

Você quer mesmo conhecer o inverno europeu? Bom, pense em rotas como Bélgica, Inglaterra, França e Alemanha. Elas oferecem paisagens magníficas e atrações que podem ser aproveitadas em qualquer estação do ano.

A Bélgica, mesmo com fortes indícios de chuva e ventania, tem o cheiro do chocolate, praças com pistas de gelo, feiras típicas e uma culinária que lembra os exageros da Serra Gaúcha. Não dá para manter o peso com tantos waffles e chocolates belga.

Foto da cidade de Brugge, na Bélgica – tirada por Fernanda Rüntzel da Costa

A Inglaterra também sabe ser bonita no inverno. A cor dos prédios e a arquitetura combinam muito com o frio e os pontos turísticos ainda são em sua maioria fechados e com calefação. Nada de sair de lá sem tomar uma cerveja em algum dos vários pubs e até mesmo apreciar os parques e feiras que só acontecem no inverno. Uma dica é ir perto do Natal, as ruas são muito bem decoradas e os ingleses preparam um ambiente todo mágico e natalino.


Foto da cidade de Londres, com o Parlamento e o Big Ben ao fundo – tirada por Fernanda Rüntzel da Costa

O que dizer da França? As ruas da chique Paris definitivamente combinam com casacos de lã e encharpes. Talvez o parque em torno da Torre Eiffel deixe a desejar no inverno, mas as ruas, praças e museus ganham um ar sedutor sob baixas temperaturas.


Foto do Musée du Louvre em Paris – tirada por Fernanda Rüntzel da Costa

A Alemanha eu diria que é o país do inverno, não tive o prazer de conhecê-la no verão, mas a neve pelas ruas deixa tudo mais bonito. Os prédios acinzentados e a arquitetura mais quadrada combinam com o frio, sem falar que a culinária alemã é pra ninguém botar defeito. Cada parada de metrô, estação central ou parque traz uma variedade de comidas que te obrigam a dar uma paradinha para se esquentar. São cucas, tortas, doces, e sabores irrefutáveis. Você sente muito frio, é verdade, mas a cada 20 minutos de caminhada é só parar para um café e apreciar a calefação.

Foto de um parque em Berlin – tirada por Fernanda Rüntzel da Costa

Para você que está entrando agora para as férias de inverno no Brasil e gostaria de viajar para um lugar frio, aconselho a América Latina. Há muita variedade e diferentes atrações. Um país bem legal nessa época do ano é o Chile. A Cordilheira dos Andes em Santiago é realmente magnífica, e conhecê-la de perto torna-se uma experiência inesquecível. Ir até o Valle Nevado e experimentar suas pistas de esquis é indispensável, e depois, nada como uma parada para apreciar um bom vinho chileno.


Foto do Valle Nevado, na Cordilheira dos Andes, Chile – Tirada por Fernanda Rüntzel da Costa

Para todos estes destinos leve pouca bagagem. As roupas de inverno na Europa são consideravelmente mais baratas e você não vai querer pagar excessos no aeroporto.

- Texto postado na Revista Com Arte

segunda-feira, 21 de junho de 2010

"Que seja infinito enquanto dure"


Semana passada me chegou pelo correio meu sétimo celular. Mais um que comprei às pressas pela internet para suprir a vida azarada dos outros aparelhos que tive. Foram romances que duraram pouco tempo, sempre intensos, mas nada duradouros. Quando fiz 15 anos ganhei um celular azul celeste, lindo, amor a primeira vista. Nos conhecemos em um comercial de televisão, e quando devidamente apresentados acabou sendo um namoro apaixonado, nos entendíamos em SMSs e ligações locais maravilhosamente bem. Infelizmente, 6 meses depois acabou da forma mais drástica possível: ele fugiu com um menino bem mais jovem, moreno e bom corredor.
Como dizem que para esquecer um amor o bom é encontrar outro, ganhei meu segundo celular. Cor cinza, aparência mais séria. Pensei que aí podia ser tudo diferente. Também nos entendíamos muito bem em SMSs e ligações locais, precisa mais? Mas um fato triste ocorreu 3 meses depois: ele morreu de causas naturais. Disse o médico que foi oxidação, nada se pôde fazer para salvá-lo.
Triste e desolada, resolvi revolucionar. Desisti de celulares baratos e grandes, já chegava de sofrer por quem não merecia. Comprei um aparelho de arrasar, azul escuro, pequeno, com flip - onde chegava chamava a atenção. Esse sim foi um romance duradouro. Além de nos darmos muito bem em SMSs e ligações, ele ainda me permitia ver fotos, ouvir músicas e armazenar dados. Moço querido, nunca deu problemas. O que aconteceu aí, foi que depois de 3 anos a relação esfriou. Ele envelheceu, adquiriu alguns arranhões e sofreu desgastes inevitáveis. Era inútil tentar continuar. Nos despedimos e seguimos em frente.
No Natal de 2008 foi que encontrei meu novo amor. Rosa, delicado, com slide. Me permitia mandar SMSs, fazer ligações, tirar fotografias, armazenar dados, ouvir MP3 e tinha espaço para cartão de memória de qualquer gigabyte - esse foi o problema. Fiquei novamente viúva, e desta vez de forma brutal. O cartão de memória de 2GB entrou de maneira errada, penetrou o celular e o tirou a vida sem deixar vestígios ou esperanças. Nada se podia fazer. Esse foi o romance mais curto, foram dois dias de um lindo e inesquecível amor de verão.
Duas semanas depois senti que precisava fazer alguma coisa. Com a auto-estima agredida, fui até a loja e me comprei um aparelho mais caro, mais robusto. Branco, com slide, tinha ainda câmera fotográfica de 5.0 megapixels, tocava MP3 como nenhum outro, armazenava dados, mandava SMS, MMS, e-mail e era definitivamente de fácil entendimento. O cartão de memória de 8GB não o agrediu e tiveram um bom relacionamento. Eu e ele ficamos juntos por 8 meses, então viajamos para a Europa, onde tivemos que dar um tempo porque ele era um tipo bloqueado. Morávamos juntos, mas não nos comunicávamos. Neste período me relacionei com um aparelho da Vodafone portuguesa que me custou 9 euros, ele só mandava SMSs e fazia ligações, mas me cobrava uma mensalidade de 10 euros mensais e nada gastava para fazer ligações locais e mandar SMSs. Para o Brasil gastava reles 21 cêntimos por minuto. Uma maravilha. Impossível não nos darmos bem. Então, quando retornei ao Brasil, nosso relacionamento português terminou e vi que era melhor voltar para o meu namoro antigo. Eu e o celular branco com slide e câmera 5.0 tentamos reatar, no início funcionou bem, mas 3 meses depois ele resolveu me abandonar. Sumiu, sem deixar recado. Me disseram ter visto ele em um ônibus urbano, mas nunca mais o encontrei.
Este foi meu penúltimo romance. Agora, semana passada, me chegou pelo correio o novo aparelho que comprei pela internet. Não gastei muito, porque vi que não dou sorte com estes relacionamentos. Mesmo assim, investi no visual: ele é pequeno, branco, touch screen, e além de mandar SMS, MMS, e-mail, fazer ligações, armazenar dados e tocar MP3, tem câmera fotográfica de 8.0 megapixels, conecta MSN, toca MP4 e pega 6 canais de televisão. Uma maravilha não é? Estamos nos dando muito bem, inclusive se decidirmos viajar para a Europa ele não é bloqueado como o outro, é mais aberto e me permite ter dois chips diferentes. Espero que este seja um relacionamento perfeito e não pretendo sair dele tão cedo. Vou pôr na cabeça que internet Wi-Fi não faz falta e pensar como Vinícius de Moraes: “...que seja infinito enquanto dure!”
Fernanda Rüntzel da Costa
(Acadêmica do VII Nível de Jornalismo)


Texto publicado na Com Arte - revista de jornalismo online
www.revistacomarte.blogspot.com 


quinta-feira, 17 de junho de 2010



Eu sempre tive problema com as alternativas. É sério, não é brincadeira não. Quando eu era criança lembro de ficar furiosa porque as apresentações de dança adoravam cair nos mesmos dias das apresentações de teatro, as aulas de violão no mesmo horário dos treinos de vôlei e as aulas de pintura na mesma hora do curso de inglês... Sem falar que jamais daria conta e nem teria grana para as aulas de sapateado americano, hipismo, canto, italiano, acrobacia em tecido e pernas-de-pau que eu sempre quis fazer...
Acho que o mundo tem alternativas demais, deixa a gente maluco em meio a tanta coisa interessante... Ruim é que piora com o tempo, quando ao invés de decidir entre aulas de violão e treino de vôlei, tem que decidir entre ser jornalista, roteirista, empresário ou artista... A gente deveria nascer com as escolhas delimitadas, ter um manual de afazeres e caminhos certos a seguir... Os cursos deveriam vir catalogados por ordem de interesse, a profissão na primeira página em letras garrafais e ainda uma explicação nas páginas finais do por que ter que fazer essa ou aquela tarefa e deixar de lado aquela outra... É duro decidir...
Ao optar por direito você está deixando de lado medicina, ao optar por futebol está deixando de lado o tênis, ao optar por ter um escritório está deixando de lado uma perfumaria... Pode até ser que se consiga conciliar uma coisa ou outra, daí acaba fazendo como eu, com aulas de italiano pela metade, alemão pela metade, dança de salão pela metade, violão pela metade, canto pela metade... 
Eu confesso que não me arrependo destes tantos 'pela metade', quando me perguntam "por que você não terminou?" Eu digo "Já experimentei o bastante, vamos provar outras coisas agora..." Isso é gostoso também... No fim, é melhor quebrar a cabeça por ter que fazer escolhas do que por estar fadado a fazer uma coisa só...
Sei que a vida é curta demais e a lista de alternativas longa demais... Queria poder organizar de uma forma simples: por 5 anos serei atriz, por outros 5 jornalista, depois abrirei uma livraria e quando aposentada escreverei livros... neste tempo, a cada ano terei as noites dedicada a uma atividade específica, primeiro dança, depois línguas, ainda tem pós e mestrado... Ah! Também tem as viagens... no mínimo 20 dias por ano dedicados a isso - ainda falta Veneza, Viena, a Grécia, a Irlanda e os Estados Unidos... Tem também o curso de Heiki e Neurolingüística, faria Psicologia e História por conhecimento, pós em cinema por gosto, intercâmbio de férias, daria aulas... Âhm, também quero aprender capoeira, passar em um concurso público, fazer um filme, ler mais livros, fazer italiano, pintura, tênis, sapateado, hipismo, pernas-de-pau, acrobacia...