sábado, 11 de dezembro de 2010

Amigos...


Existem aqueles "amigos de momento", alguém já ouviu essa expressão? Não sei se a conheço ou acabei de inventá-la, mas existem esses amigos. São aqueles que você encontra em um momento histórico. Todos ali sabem que jamais vão esquecer aqueles dias e se agarram uns aos outros como se se conhecessem há anos. Se tornam melhores amigos, leais e inseparáveis, trocam experiências, oportunidades, loucuras, e fazem com que aqueles segundos se eternizem. 


Existem aqueles "amigos de festa" já ouviu falar? Daquela noite que você estava louco pra sair e topou sair com o amigo e os amigos do amigo e os amigos dos amigos... Vocês partilham risadas juntos, dançam, brindam, vão acabar em uma lanchonete trocando segredos e discutindo personalidades e depois dificilmente se encontram de novo.


Existem aqueles "amigos de fases". Quando você está em algum lugar onde precisa desesperadamente se encaixar, e onde todos também precisam se encaixar, e vocês decidem se encaixar juntos. Já teve? A amizade começa pequena e vai crescendo ao longo do tempo, até que naquele local vocês se tornam completamente inseparáveis. Vocês torcem pra que a amizade nunca acabe depois que o momento passe, combinam de se ligar eventualmente, mesmo sabendo que dificilmente o contato vai ser o mesmo depois disso.




E existem aqueles amigos que são os "amigos de sempre", que estão ali há anos te aguentando, aconselhando, compartilhando... sabem tudo sobre você, manias, gostos, histórias... as vezes sabem mais sobre você do que você imagina... Vocês já passaram por crises, ficaram tempos sem se ver, um foi embora, outro começou a namorar, outro estava desligado... Mas ainda sim sempre voltam a se encontrar e as coisas nunca mudam....



Existem amigos para todos os momentos, para todas as fases, para todas as crises... pessoas diferentes que chegam de maneiras diferentes e completam seus dias de maneiras diferentes, ou exatamente da maneira que você estava precisando naquele instante. 
Essa necessidade das pessoas estarem juntas e precisarem umas das outras é a maior prova de que o ser humano não vive sozinho. 
Ainda bem! Nenhum momento seria tão memorável sem a mágica presença dos amigos. Um brinde a eles, sejam eles quem forem!



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

... do filme "Cartas para Julieta"


" - Queridos amigos, há 50 anos fui à casa de Julieta em Verona. Eu escrevi uma carta a ela, fazendo uma pergunta, e há dois meses recebi uma resposta. E sem essa resposta, nenhum de nós estaria aqui hoje:


""E" e "SE" são duas palavras tão inofensivas quanto qualquer palavra. Mas coloque-as juntas, lado a lado, e elas têm o poder de assombrá-la pelo resto da sua vida. "E SE"... E se? Não sei como sua história acabou, mas se o que você sentia na época era amor verdadeiro, então nunca é tarde demais. Se era verdadeiro, então, por que não o seria agora? Você só precisa ter coragem para seguir seu coração. Não sei como é sentir amor como o de Julieta, um amor pelo qual abandonar os entes queridos, um amor pelo qual cruzar oceanos. Mas gosto de pensar que, se um dia o sentisse, eu teria a coragem de agarrá-lo. E, se você não o fez, espero que um dia o faça. 
Com todo o meu amor, 
Julieta."

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Sobre a censura à imprensa

Recebi alguns e-mails dizendo que o governo Lula é contra a Liberdade de Expressão e que vai implantar, agora com o governo Dilma, uma verdadeira ditadura. Ainda me mandaram ver um vídeo de uma matéria feita pela Band onde um jurista fala mal da lei PNDH-3 aprovada pelo governo, dizendo que ela traz um exemplo claro de ditadura e censura à imprensa.
Eu fico triste quando vejo o maior erro do Brasil se repetindo, mostrando que, definitivamente, entre os mais errados está o próprio povo, não aquele que possui poucas condições, pouco acesso ao estudo, que trabalha dia e noite para ter o que comer e o que vestir (esse tampouco possui escolhas), mas aquele povo que tem acesso à informação, à educação e à certos privilégios, e insiste em seguir as ideologias de uma "falsa burguesia" incapaz de pensar com os olhos e que só pensa com o próprio umbigo. Pior ainda, incapaz de ter uma opinião fundamentada, uma leitura assídua de diferentes pontos de vista, que estão aí, sempre a disposição para qualquer pessoa que queira desenvolver um senso crítico próprio e não imitador de alguma voz sem sustentação.
Talvez, quem fala que o governo Lula é contra a liberdade de expressão se baseou no que disse o candidato Serra no 8º Congresso Brasileiro de Jornais. Ou talvez leu a opinião de Luiz Motta e Demétrio Magnoli que saiu na revista Veja (como muitos sabem, direitista). Ou mesmo viu a matéria da Bandeirantes sobre a lei PNDH-3, que mais uma vez deu bola fora. Pior ainda (e o que é bem provável), ouviu de um vizinho, uma tia, um amigo do amigo do amigo que o governo Lula vai acabar com a Liberdade de Expressão, e fica nisso. Se as pessoas dizem tá falado.
O fato, é que podemos elencar parágrafo por parágrafo do que disseram essas pessoas e mostrar provas contrárias e mesmo provar que tais opiniões não possuem nenhuma sustentação. Mas vamos ficar com a reportagem da bandeirantes, e nessa vou falar sobre a minha área de atuação que é a comunicação. 
Pra começo de conversa, quem suscitou tais hipóteses foi um único jurista, que teve sua opinião rebatida em um manifesto assinado por mais de 60 outros juristas de todo o Brasil, que não só explicam que a lei PNDH-3 não traz restrições à liberdade de expressão, como também a julgam digna de consolidar os direitos humanos.
Outro ponto é que a mídia brasileira possuí tanta liberdade, que mesmo a sua veracidade vem sendo há muito contestada. Dizer que os pontos de vista apresentados pela mídia brasileira (que teoricamente seria imparcial), uma mídia que se baseia em assessorias de imprensa e releases prontos, são reais e inquestionáveis, passou a ser conversa de ignorante. A imprensa sempre ditou a política, sempre apoiou e foi contrária, de forma explícita, a um e outro candidato, não fazendo nenhuma questão de trazer informações neutras.
Mas, e esse é o ponto principal, quem sabe ler a lei PNDH-3 antes de propagar conclusões errôneas? Digo até a página onde se encontra a questão da comunicação: é a página 164, na diretriz 22 que já vem intitulada: "Garantia do direito a comunicação democrática e ao acesso à informação para a consolidação de uma cultura em Direitos Humanos." O que ela tem contra a liberdade de imprensa? Apenas punir os serviços de radiofusão que atentem contra os Direitos Humanos. Nada mais. Por outro lado, a lei ainda traz o "dever" dos órgãos públicos de incentivarem e colaborarem com a produção de vídeos, filmes, áudios e similares que proponham a educação em Direitos Humanos, sem falar que incentiva a criação de rádios comunitárias e a parceria com entidades de mídia que queiram produzir e divulgar os materiais sobre os Direitos Humanos. A lei está aí, pra quem quiser verdadeiramente ler e tirar suas próprias conclusões. Vale ressaltar ainda, pra quem não sabe, que essa lei, como o nome já diz, é a 2ª ampliação da lei PNDH-1 de 1996, que foi ampliada em 2002, e novamente agora em 2009, com o objetivo concreto de fortalecer uma sociedade democrática e consolidar ainda mais os Direitos Humanos. A lei incorpora propostas aprovadas em mais de 50 conferências nacionais, que vêm acontecendo desde 2003, e ainda busca incorporar partes de tratados internacionais de órgãos como a ONU e OEA. Tudo isso é explicado pelo próprio Luiz Inácio Lula da Silva na apresentação da lei, a qual disseram que ele assinou sem ler.
Como dizem os colegas juristas de Ives Granda Martins (infeliz direitista autor de tal idéia), "Nos últimos anos, com vigor, a liberdade de manifestação de idéias fluiu no País. Não houve um ato sequer do governo que limitasse a expressão do pensamento em sua plenitude."

Fernanda Rüntzel da Costa
Atriz, Jornalista e cidadã que, felizmente, possui acesso à informação.



terça-feira, 21 de setembro de 2010

20 de setembro


 
 Eis que no amanhecer do dia 20 de setembro de 1835, Porto Alegre é invadida pelos rebeldes. Homens armados, sob a liderança de Onofre Pires e Gomes Jardim, cruzaram a Ponte da Azenha e deram início a famosa Revolução Farroupilha, marcando o solo rio-grandense por 10 longos e sangrentos anos.
Acontece que, essa Revolução não ficou somente na história do Rio Grande do Sul, ela também influenciou a cultura e as tradições das gerações seguintes, e ajudou a moldar um estado com características muito diferentes do resto do país.
Não ganhamos a guerra, não adquirimos nossa liberdade, e tão pouco nossa economia teve o reconhecimento que merecia, porém adquirimos um amor pelo Rio Grande e um regionalismo tão forte, que nos fazem ter, ainda hoje, um orgulho fora do comum por esta terra.
No ano de 1995, a data de 20 de setembro foi definida pela Constituição Estadual como feriado civil, conhecido por muitos como o DIA DO GAÚCHO. As comemorações iniciam uma semana antes, onde os Centros de Tradições Gaúchas realizam Rondas Crioulas, com cafés de chaleira, apresentações artísticas, fandangos e comidas típicas. É a famosa Semana Farroupilha. Tudo termina no dia 20 de setembro com um lindo desfile das cavalarias. Pelas ruas, as gentes pilchadas, crianças indo para as escolas de vestido de prenda, bota, bombacha e chapéu. No trabalho, nas universidades, todo o pessoal vestido a rigor, com direito a chimarrão, música gaúcha e uma comemoração bem tradicionalista.
Como é gostoso acordar cedo, ir a um CTG e tomar aquele café de chaleira regado a cueca-virada, revirado de feijão, bolo formigueiro... tudo isso depois de cantar o Hino Rio-grandense, hastear a bandeira do nosso estado e dizer aos quatro ventos o quanto é gostoso ter nascido gaúcho.
Mesmo aqueles que não são tradicionalistas assíduos se comovem durante a Semana Farroupilha, tiram a pilcha do fundo do ropeiro, vão a bailes, assistem aos desfiles... Até em boates se toca o Hino rio-grandense e é lindo ver a "indiada" erguendo as mãos e cantando em alto e bom som para que "sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra"!
A questão não é se somos melhores ou piores que o resto do Brasil, o fato é que temos o amor pela nossa terra como um forte diferencial, e esse eu digo: podemos ter uma crise, perder regalias, ficar entre os piores estados do país, mas o orgulho, este não perdemos. Podemos adorar ser brasileiros, mas amamos ser gaúchos, e não importa quem ou o que for, em qualquer parte do mundo defendemos nosso estado com unhas e dentes. Aos olhos dos outros podemos ser sempre grossos, regionalistas, bairristas, como quiserem. Mas aos nossos olhos seremos sempre, e acima de tudo, GAÚCHOS.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010


Estava aqui pensando na matemática dos meus dias. Somando os anos, diminuindo as horas... E percebi que definitivamente a cegonha errou feio na minha década. Era para eu ter nascido por volta de 40, 50, ser jovem nos 50, 60... Mas por uma matemática burra e impensada, caí nessa droga de anos 90 que a única recompensa foi fazer os jovens terem que voltar mais cedo pra casa pra evitar serem mortos por balas perdias. Nem a música, OH CÉUS! Nem ela serviu pra alguma coisa. E a revolução das mulheres? Hoje se eu pudesse devolveria alguns sutiãs novinhos à praça, recuperaria o feminismo perdido. Não este, de mulheres vestidas de homens, grossas que são umas portas, tentando ganhar dinheiro e deixando pra lá todo o romantismo. Esse não! Recuperaria aquele feminismo que se preocupava com os modelos de vestidos, com o cabelo, com as aulas de ioga e com os chás da tarde. Que fazia aulas de dança, de pintura e de hipismo. Aquele feminismo que ia à bailes, que ainda sabia ser sensual no sentido bonito da palavra. Aquele feminismo que se apaixonava por quem não devia e fugia para viver loucuras de amor proibido. Estamos nos tornando cada vez mais homens, caras mulheres, esquecendo que nossa vaidade e nossa doçura podem conseguir muita coisa. Não é à toa que as mulheres tidas como as mais lindas viveram naquela época. Agora você, mulher moderna, vai me dizer: "Pensa, sua louca! Você ia querer ficar limpando a casa pro teu marido chegar do trabalho e nem te agradecer?" Pra você eu respondo: Mudaram os tempos, não as personalidades. A mulher que se permitia isso nos anos 60, se permite agora, mesmo trabalhando fora. Hoje chega do trabalho e ainda cuida da casa, do marido e dos filhos, sem ter coragem de dizer BASTA, vou cuidar de mim. Com a diferença, que já não possui sensualidade, nem vaidade, nem tempo livre para uma aula de ioga ou de dança latina. E pobre dos homens que já não sabem o que são mulheres de verdade, mulheres lindas, doces e selvagens. Precisam conviver com mulheres estressadas, rabugentas e desarrumadas. MALDITA CEGONHA! Queria eu viver minha década nos anos 50, 60, usar lindos vestidos, fazer escova todos os dias nos cabelos e dançar música latina, com toda a sensualidade que ela permite. Queria eu pintar, fazer ioga, tomar chá e recuperar toda a doçura e o encanto que foi dado somente às mulheres. Viveria um amor proibido com um bailarino qualquer e dançaria com ele nas sombras da noite até amanhecer. E a música? AH CÉUS! até ela era doce e selvagem naquele tempo! 



sábado, 28 de agosto de 2010


Sabe do que eu gosto? Pés descalços, folhas secas, fruta que lambuza...
Gosto do barulho da água corrente, da chuva, da música que só eu escuto...
Gosto da dança, da pintura, do verde...
Gosto de galopar em campo aberto, sentir o vento, fechar os olhos...
Gosto de me sujar de tinta, tricotar, inventar...
Gosto de sentir a seda, a pele, o pêlo... 
Descobrir quem é pelo toque, pela voz, pelos passos...
Gosto do teatro, da sensação única que dá ser outro, sentir...
Gosto das pessoas, das auras, das energias...
Gosto da vibração, da nostalgia...
do cheiro do verão e de usar pouca roupa...
Gosto da arte e de tudo que a ela se liga...
e que dela se extrai... 
Gosto dos artistas e de todos os sentidos que só eles possuem...
e que deles não saem...



domingo, 15 de agosto de 2010


         Ela o avistou na beira do deck, ombros largos, cabelo moreno. Parecia distante, pensando talvez em alguém especial, talvez nela - a garota que ele viu uma única vez naquele corredor de navio e que não saíra de sua cabeça. Assim ela desejou. Com o som do bolero ainda ao fundo, um copo de champagne às mãos, ela se aproximou. A brisa do mar balançava de leve seus cabelos, ela sentiu uma leveza e uma vontade de fechar os olhos e abrir os braços para que só existisse aquele sentido, mas continuou andando, se contentando em apenas fechar lentamente os olhos e se imaginar flutuando. Quando sentiu que estava perto, abriu os olhos e ele estava lá, os cabelos balançando, escorado no parapeito e olhando para ela com um sorriso deslumbrante de quem olha para alguém que já esperava há muito tempo. Ela parou enrubescida, sentiu que seu rosto avermelhava. Ele se aproximou lentamente, tirou o copo de suas mãos e delicadamente a enlaçou em seus braços . Ali, naquele deck iluminado, temperado pela brisa do mar, eles dançaram da maneira mais mágica e nostálgica que seus pés podiam alcançar, e flutuaram.



segunda-feira, 28 de junho de 2010

Viagem e frio - Saiba quais são os destinos que combinam com baixas temperaturas

Por Fernanda Rüntzel da Costa

Quando surgem as férias a clássica pergunta é: para onde viajar? Os destinos são inúmeros e dos mais variáveis possíveis, o que torna necessário delimitar objetivos e avaliar fatores importantíssimos como dinheiro e tempo disponível para a viagem. Eu diria que ainda há mais um fator determinante na escolha do destino: o clima. Há lugares que são consideravelmente melhores no verão, e, em contra partida, há lugares que são infinitamente mais atrativos no inverno.


Se você acha que a Europa é sem dúvida o “point” do inverno, saiba que há países onde a chuva é constante nesta época do ano, e onde a maioria das atrações são ao ar livre, obrigando os turistas a suportarem uma temperatura nada confortável.

Eu daria dicas bem simples:

Quer conhecer a Itália? Viaje no verão. Ela não é uma opção ruim no inverno, mas suas praias são realmente muito boas e vale a pena conhecê-las. Os “gelati” ou sorvetes, também são uma forte atração italiana e não podem deixar de serem apreciados sem moderação. Mesmo lugares clássicos como o Coliseu em Roma e a cidade de Veneza exigem muitas caminhadas ao ar livre, o que não é nada prazeroso com temperaturas negativas. E a Itália ainda oferece muitas opções de passeios, são muitos destinos imperdíveis que exigem uma boa disposição, mais percebida no verão.

Portugal é outro país que aconselharia você a ir no verão. O inverno lá não é tão frio como no resto da Europa, mas as chuvas são constantes. Sem falar que Portugal oferece uma infinidade de lindos parques e jardins que são muito mais agraciados com as flores e paisagens de estações quentes. O sul de Portugal ainda oferece as praias do Algarve que são lindíssimas e muito disputadas por turistas. No inverno português, lhe aconselharia conhecer a Serra da Estrela, localizada no norte do país - é lá o lugar da neve e das pistas de esquis.

A Espanha na minha concepção fica em cima do muro. Há muitos museus e atrações possíveis para o inverno, e cuidando para não pegar dias chuvosos, é um lugar onde se pode aproveitar tanto no calor quanto no frio.

Outro destino que fica em cima do muro é a Holanda, você aprecia os coffee shops, pubs, museus e variadas atrações de Amsterdam em qualquer temperatura, pode ser que no inverno você não veja as infinitas plantações de tulipas, mas ainda assim vale a pena.

Você quer mesmo conhecer o inverno europeu? Bom, pense em rotas como Bélgica, Inglaterra, França e Alemanha. Elas oferecem paisagens magníficas e atrações que podem ser aproveitadas em qualquer estação do ano.

A Bélgica, mesmo com fortes indícios de chuva e ventania, tem o cheiro do chocolate, praças com pistas de gelo, feiras típicas e uma culinária que lembra os exageros da Serra Gaúcha. Não dá para manter o peso com tantos waffles e chocolates belga.

Foto da cidade de Brugge, na Bélgica – tirada por Fernanda Rüntzel da Costa

A Inglaterra também sabe ser bonita no inverno. A cor dos prédios e a arquitetura combinam muito com o frio e os pontos turísticos ainda são em sua maioria fechados e com calefação. Nada de sair de lá sem tomar uma cerveja em algum dos vários pubs e até mesmo apreciar os parques e feiras que só acontecem no inverno. Uma dica é ir perto do Natal, as ruas são muito bem decoradas e os ingleses preparam um ambiente todo mágico e natalino.


Foto da cidade de Londres, com o Parlamento e o Big Ben ao fundo – tirada por Fernanda Rüntzel da Costa

O que dizer da França? As ruas da chique Paris definitivamente combinam com casacos de lã e encharpes. Talvez o parque em torno da Torre Eiffel deixe a desejar no inverno, mas as ruas, praças e museus ganham um ar sedutor sob baixas temperaturas.


Foto do Musée du Louvre em Paris – tirada por Fernanda Rüntzel da Costa

A Alemanha eu diria que é o país do inverno, não tive o prazer de conhecê-la no verão, mas a neve pelas ruas deixa tudo mais bonito. Os prédios acinzentados e a arquitetura mais quadrada combinam com o frio, sem falar que a culinária alemã é pra ninguém botar defeito. Cada parada de metrô, estação central ou parque traz uma variedade de comidas que te obrigam a dar uma paradinha para se esquentar. São cucas, tortas, doces, e sabores irrefutáveis. Você sente muito frio, é verdade, mas a cada 20 minutos de caminhada é só parar para um café e apreciar a calefação.

Foto de um parque em Berlin – tirada por Fernanda Rüntzel da Costa

Para você que está entrando agora para as férias de inverno no Brasil e gostaria de viajar para um lugar frio, aconselho a América Latina. Há muita variedade e diferentes atrações. Um país bem legal nessa época do ano é o Chile. A Cordilheira dos Andes em Santiago é realmente magnífica, e conhecê-la de perto torna-se uma experiência inesquecível. Ir até o Valle Nevado e experimentar suas pistas de esquis é indispensável, e depois, nada como uma parada para apreciar um bom vinho chileno.


Foto do Valle Nevado, na Cordilheira dos Andes, Chile – Tirada por Fernanda Rüntzel da Costa

Para todos estes destinos leve pouca bagagem. As roupas de inverno na Europa são consideravelmente mais baratas e você não vai querer pagar excessos no aeroporto.

- Texto postado na Revista Com Arte

segunda-feira, 21 de junho de 2010

"Que seja infinito enquanto dure"


Semana passada me chegou pelo correio meu sétimo celular. Mais um que comprei às pressas pela internet para suprir a vida azarada dos outros aparelhos que tive. Foram romances que duraram pouco tempo, sempre intensos, mas nada duradouros. Quando fiz 15 anos ganhei um celular azul celeste, lindo, amor a primeira vista. Nos conhecemos em um comercial de televisão, e quando devidamente apresentados acabou sendo um namoro apaixonado, nos entendíamos em SMSs e ligações locais maravilhosamente bem. Infelizmente, 6 meses depois acabou da forma mais drástica possível: ele fugiu com um menino bem mais jovem, moreno e bom corredor.
Como dizem que para esquecer um amor o bom é encontrar outro, ganhei meu segundo celular. Cor cinza, aparência mais séria. Pensei que aí podia ser tudo diferente. Também nos entendíamos muito bem em SMSs e ligações locais, precisa mais? Mas um fato triste ocorreu 3 meses depois: ele morreu de causas naturais. Disse o médico que foi oxidação, nada se pôde fazer para salvá-lo.
Triste e desolada, resolvi revolucionar. Desisti de celulares baratos e grandes, já chegava de sofrer por quem não merecia. Comprei um aparelho de arrasar, azul escuro, pequeno, com flip - onde chegava chamava a atenção. Esse sim foi um romance duradouro. Além de nos darmos muito bem em SMSs e ligações, ele ainda me permitia ver fotos, ouvir músicas e armazenar dados. Moço querido, nunca deu problemas. O que aconteceu aí, foi que depois de 3 anos a relação esfriou. Ele envelheceu, adquiriu alguns arranhões e sofreu desgastes inevitáveis. Era inútil tentar continuar. Nos despedimos e seguimos em frente.
No Natal de 2008 foi que encontrei meu novo amor. Rosa, delicado, com slide. Me permitia mandar SMSs, fazer ligações, tirar fotografias, armazenar dados, ouvir MP3 e tinha espaço para cartão de memória de qualquer gigabyte - esse foi o problema. Fiquei novamente viúva, e desta vez de forma brutal. O cartão de memória de 2GB entrou de maneira errada, penetrou o celular e o tirou a vida sem deixar vestígios ou esperanças. Nada se podia fazer. Esse foi o romance mais curto, foram dois dias de um lindo e inesquecível amor de verão.
Duas semanas depois senti que precisava fazer alguma coisa. Com a auto-estima agredida, fui até a loja e me comprei um aparelho mais caro, mais robusto. Branco, com slide, tinha ainda câmera fotográfica de 5.0 megapixels, tocava MP3 como nenhum outro, armazenava dados, mandava SMS, MMS, e-mail e era definitivamente de fácil entendimento. O cartão de memória de 8GB não o agrediu e tiveram um bom relacionamento. Eu e ele ficamos juntos por 8 meses, então viajamos para a Europa, onde tivemos que dar um tempo porque ele era um tipo bloqueado. Morávamos juntos, mas não nos comunicávamos. Neste período me relacionei com um aparelho da Vodafone portuguesa que me custou 9 euros, ele só mandava SMSs e fazia ligações, mas me cobrava uma mensalidade de 10 euros mensais e nada gastava para fazer ligações locais e mandar SMSs. Para o Brasil gastava reles 21 cêntimos por minuto. Uma maravilha. Impossível não nos darmos bem. Então, quando retornei ao Brasil, nosso relacionamento português terminou e vi que era melhor voltar para o meu namoro antigo. Eu e o celular branco com slide e câmera 5.0 tentamos reatar, no início funcionou bem, mas 3 meses depois ele resolveu me abandonar. Sumiu, sem deixar recado. Me disseram ter visto ele em um ônibus urbano, mas nunca mais o encontrei.
Este foi meu penúltimo romance. Agora, semana passada, me chegou pelo correio o novo aparelho que comprei pela internet. Não gastei muito, porque vi que não dou sorte com estes relacionamentos. Mesmo assim, investi no visual: ele é pequeno, branco, touch screen, e além de mandar SMS, MMS, e-mail, fazer ligações, armazenar dados e tocar MP3, tem câmera fotográfica de 8.0 megapixels, conecta MSN, toca MP4 e pega 6 canais de televisão. Uma maravilha não é? Estamos nos dando muito bem, inclusive se decidirmos viajar para a Europa ele não é bloqueado como o outro, é mais aberto e me permite ter dois chips diferentes. Espero que este seja um relacionamento perfeito e não pretendo sair dele tão cedo. Vou pôr na cabeça que internet Wi-Fi não faz falta e pensar como Vinícius de Moraes: “...que seja infinito enquanto dure!”
Fernanda Rüntzel da Costa
(Acadêmica do VII Nível de Jornalismo)


Texto publicado na Com Arte - revista de jornalismo online
www.revistacomarte.blogspot.com 


quinta-feira, 17 de junho de 2010



Eu sempre tive problema com as alternativas. É sério, não é brincadeira não. Quando eu era criança lembro de ficar furiosa porque as apresentações de dança adoravam cair nos mesmos dias das apresentações de teatro, as aulas de violão no mesmo horário dos treinos de vôlei e as aulas de pintura na mesma hora do curso de inglês... Sem falar que jamais daria conta e nem teria grana para as aulas de sapateado americano, hipismo, canto, italiano, acrobacia em tecido e pernas-de-pau que eu sempre quis fazer...
Acho que o mundo tem alternativas demais, deixa a gente maluco em meio a tanta coisa interessante... Ruim é que piora com o tempo, quando ao invés de decidir entre aulas de violão e treino de vôlei, tem que decidir entre ser jornalista, roteirista, empresário ou artista... A gente deveria nascer com as escolhas delimitadas, ter um manual de afazeres e caminhos certos a seguir... Os cursos deveriam vir catalogados por ordem de interesse, a profissão na primeira página em letras garrafais e ainda uma explicação nas páginas finais do por que ter que fazer essa ou aquela tarefa e deixar de lado aquela outra... É duro decidir...
Ao optar por direito você está deixando de lado medicina, ao optar por futebol está deixando de lado o tênis, ao optar por ter um escritório está deixando de lado uma perfumaria... Pode até ser que se consiga conciliar uma coisa ou outra, daí acaba fazendo como eu, com aulas de italiano pela metade, alemão pela metade, dança de salão pela metade, violão pela metade, canto pela metade... 
Eu confesso que não me arrependo destes tantos 'pela metade', quando me perguntam "por que você não terminou?" Eu digo "Já experimentei o bastante, vamos provar outras coisas agora..." Isso é gostoso também... No fim, é melhor quebrar a cabeça por ter que fazer escolhas do que por estar fadado a fazer uma coisa só...
Sei que a vida é curta demais e a lista de alternativas longa demais... Queria poder organizar de uma forma simples: por 5 anos serei atriz, por outros 5 jornalista, depois abrirei uma livraria e quando aposentada escreverei livros... neste tempo, a cada ano terei as noites dedicada a uma atividade específica, primeiro dança, depois línguas, ainda tem pós e mestrado... Ah! Também tem as viagens... no mínimo 20 dias por ano dedicados a isso - ainda falta Veneza, Viena, a Grécia, a Irlanda e os Estados Unidos... Tem também o curso de Heiki e Neurolingüística, faria Psicologia e História por conhecimento, pós em cinema por gosto, intercâmbio de férias, daria aulas... Âhm, também quero aprender capoeira, passar em um concurso público, fazer um filme, ler mais livros, fazer italiano, pintura, tênis, sapateado, hipismo, pernas-de-pau, acrobacia...

terça-feira, 18 de maio de 2010

O que nos leva a amar alguém?

"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão.
O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por uma conjunção estelar...
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem ou gosta do Caetano.
Isso são só referências.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira como os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante.
Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia ao sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo.
Nem no ódio vocês combinam.
Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela, e ela adora implicar com você.
Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste.
Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário.
Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha.
Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, e mesmo assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga.
Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas.
Por que você ama esse cara?
Ah, o amor, essa raposa.
Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática:
eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio, nem consulta no SPC.
Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares. Generosos têm às pencas. Bons motoristas, bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é...!
Pense nisso."

- Porque não se ama por ser certo, por ser simples. Se ama pela pele, pela inquietude. -


sexta-feira, 14 de maio de 2010


Por favor não perturbe. Não seja mais um peso em meu tapete de entrada. Não me queira por inteiro, não me busque. Respeite o aviso na minha maçaneta. Não entre sem avisar me trazendo mais coisas em que pensar. Não seja um problema. O lado bom de estar a mercê do destino é estar aberta a novidades, mas a novidades fortalecedoras, engrandecedoras, boas novidades.
Cheguei em um ponto seletivo, onde barrarei entradas, jogarei fora pesos mortos e deixarei entrar somente boas almas, bons fluidos, boas energias e boas aventuras.
Acho tão triste aqueles que dizem "ok, ta aí" e são sujeitos a "estarem aí" pra sempre. Isso me apavora. Procuro pensar que sou privilegiada por poder dizer "tá, e agora?" e ter o maravilhoso poder de escolha. Estou a mercê do destino, coisa apavorante e maravilhosa.
Quero à minha porta todos os sonhos, todas as possibilidades de vitória, todos os caminhos estranhos e encantadores. Quero à minha porta todas as pessoas grandiosas, que marcam presença e não apenas "estão aí" sem ao menos deixarem lembranças e saudades.
Quero poder escolher futuros, almas, corações. Quero aproveitar isso. Sei que posso. Então, por favor, entenda - quero estar a mercê do destino mas sem preocupações desnecessárias e mesquinhas. Quero estar aberta a algo bom, algo grande. Mesquinharias esconderei sob o tapete. Quero desfrutar esse momento que é só meu. Não quero dividi-lo, torna-lo menor. Quero os meus sonhos só para mim, não posso compartilha-los e não posso permitir que os vivam em meu lugar. São meus. Peço, não perturbe. Não queira se tornar um peso morto sob o meu tapete de entrada.
Vou me permitir estar a mercê do destino, a mercê do mundo e do que ele quiser que eu seja. Apenas me preocupo, espero e rogo, que eu tenha olhos bem abertos e ouvidos bem atentos para saber quando é a hora exata de abrir a porta.


domingo, 9 de maio de 2010


Certa vez ele perdeu o emprego. Ligou pro amigo, que lhe deu palavras de confiança e buscou um novo emprego a seu lado. Outra vez ele terminou o namoro, aquele que pensou que duraria para sempre. Chamou o amigo, tomaram umas cervejas, deram risada juntos, e toda a tempestade se acalmou. Um dia ele ganhou uns trocados na loteria. Contou pro amigo, que chamou a turma e fizeram uma festa regada a muita diversão e recordações dos velhos tempos da faculdade. Outra feita ele não sabia o que tinha, andava desanimado, não sabia o que fazer. O amigo foi até sua casa e conversaram por horas sobre tudo e sobre todos. Ele continuou sem saber o que fazer, mas ficou feliz de certa forma. Um dia ele perdeu a casa, e no auge do desespero, ligou pro amigo, que lhe deu o teto e o sofá da sala. Refletindo sobre a vida difícil que levava, pensou nos problemas, no emprego ruim, na ex namorada, e no fato de agora também não ter onde morar... Pensando no quão infeliz estava, olhou pro lado e percebeu que ele podia perder o emprego, a namorada, e até a casa, mas ele sempre teria um amigo. E viu que nenhuma barreira teria sido menos difícil de ultrapassar se ele não tivesse com quem dividir o peso, e que nenhuma alegria seria tão completa sem ninguém pra compartilhar. E ele percebeu que qualquer pessoa pode ter momentos bons, mas só é plenamente feliz quem tem um amigo. E ele soube, naquele instante, que não tinha uma casa, mas sempre teria um lar.

- aos meus amigos que estão sempre lá... pois não importa o quão distantes, o quão desligados ou as novas turmas que encontramos pelo caminho, a gente sempre é da gente...

sábado, 1 de maio de 2010


O que é essa chama? Esse peito clamando, explodindo, pedindo... O que é esse fogo que arde sem motivo, essa pulsação viva, essa sensação? O que é? Vem sem pedir, tomando conta do corpo, da mente, da alma... Lulu Santos fica repetindo "Como uma idéia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer..." O mundo escapa pelas mãos, vejo tudo de fora, lugar errado, hora errada, pessoas erradas... Essa sensação... Põe no papel, rabisca, tenta... pensa, pensa, pensa... Tudo a minha volta é pequeno demais para aquilo que preciso fazer... Coisas pequenas demais... Essa chama que chama, que arde, clama... Essa sensação... "eu acho tão bonito isso de ser abstrato baby, a beleza é mesmo tão fugaz..." vejo tudo diferente, entendo diferente, preciso ser diferente... "se amanhã não for nada disso caberá só a mim esquecer, e eu vou sobreviver..." essa prisão... essa fuga, esse alívio em outros alguéns, posso ser qualquer um, e no fim sei que não sou ninguém.. fuga - mas que pede, que arde, que pulsa... essa prisão... "e o que eu ganho, o que eu perco, ninguém precisa saber"... essa chama...


terça-feira, 27 de abril de 2010


Ele revirou mais alguns discos velhos, separou umas fotografias amareladas, se sentou próximo a janela com sua taça de vinho tinto e suspirou relaxado, como se aquilo fosse o êxtase para um final de dia cheio. Ela permaneceu imóvel, observando tudo do sofá próximo a porta, se sentia tão distante daquilo e ao mesmo tempo tão presente, sabia que tinha em suas mãos tudo para ser feliz mas se sentia plena de absolutamente nada. Tinha tudo e nada. Ele sorriu, cantarolou alguma coisa em inglês como se estivesse prestes a sair dançando alguma cena de Fred Astaire pela sala bagunçada. Ela observou, imóvel, indiferente. Sua vontade no fundo era tirá-lo para dançar sobre o tapete gasto, esquecer o mundo por uns instantes e se fazer de bêbada sem pudor algum. Mas sua imaginação continuou calada sobre cenas remotas e distantes. Permaneceram assim por mais alguns segundos, ele na janela, ela próxima a porta. Até que ele decidiu se juntar a ela, tirar-lhe o cabelo do rosto, acariciar-lhe as orelhas. E ela percebeu que tinha alguém, que estava feliz, mas sua imaginação gritou-lhe que estava sozinha. Tinha alguém mas estava sozinha. Ele observava ela, ela observava o nada. A música no fundo começava aos poucos a criar uma trilha sonora para uma cena obsoleta, incompreensível. Ele se aproximou, encostou sua testa na dela e fechou os olhos, certamente pensou em beijá-la, abraçá-la, senti-la. Ela fechou os olhos, quis beijá-lo e permaneceu imóvel. Pensou, neste instante, que tinha tudo e não tinha nada.


quarta-feira, 14 de abril de 2010

Então, baby, entre neste Corvette e abaixe o capô. Hoje o som vai ser Alan Jackson e Bob Seger por toda a Main Street. Do Missouri a California só o vento lambendo nossos cabelos e gritando que a estrada é nossa! O tempo é nosso! A vida é nossa!
Respire fundo, deixe a poeira do deserto nos mostrar a direção. De Chicago a Los Angeles só há duas paradas obrigatórias: um drive-thru qualquer e o Texas, por diversão. Bote esse chapéu e cante alto. Deixe John Steinbeck te ouvir por toda a Mother Road.
Sinta a energia deste asfalto, o cheiro do mundo e ouça os segundos chamando para a magia deste summer. É five o´clock, baby, e a Route 66 é toda nossa!
So, let´s go! Acelere esse Corvette, aumente o som, e sinta o vento. Mais nada!


terça-feira, 6 de abril de 2010


Ok. Não conseguir escrever talvez não seja falta de sentimentos e pensamentos, talvez seja o excesso deles. Dá até vontade de organizá-los em ícones, pô-los em ordem alfabética e catalogá-los em uma pasta de arquivo morto, que na verdade não é tão morto assim. Vamos recapitular - uma semana pensando pode ter rendido muito pano pra manga, ou pro vestido todo.
Percebi que gosto do mar, de uma maneira renovadora e ao mesmo tempo obsessiva. Preciso dele. Eu já sabia que gostava de acordar cedo, tomar um café da manhã regado a frutas e iogurte light, caminhar sozinha na praia ouvindo um som do tipo Ana Carolina e Kid Abelha - isso pode significar que combino com praia, ou que posso ter a esperança de uma velhice saudavel. - Também confirmei minha teoria de ter uma tremenda ansiedade social. Sério, fico com o estresse abalado com gente por perto, se é que isso é possível - talvez isso signifique que tive uma vida traumática com gente demais em volta o tempo todo, ou que eu realmente precise de mais tempo do que a maioria das pessoas. - Percebi que penso muito, demais, em tudo. Percebi que desabafo pouco, muito pouco, sobre tudo. Reparei que imagino coisas demais, coisas irreais, situações inatingíveis - quando era criança pensei que isso desapareceria com o tempo. - Descobri que o amanhã me assusta, e me assusta não viver o hoje. Difícil conciliar. Revejo situações, instantes, cenas que passaram e agora voltam com um pouco de trilha sonora e umas ações improvisadas - isso me lembra do medo que tenho de ter deixado pra trás instantes que foram tão bons e que talvez foram tão bons por terem sido deixados pra trás. Ah! Aqueles instantes! - Então decido tudo, organizo, planejo e me conforto, mais como uma espécie de alívio, do que um conforto propriamente dito. Até que volto, me vejo novamente diante das situações e de novo penso, penso, repenso, como se não houvesse tempo suficiente no mundo que revelasse o que é certo a fazer.
Vontade de ficar só na imaginação. Baixar o vidro do carro, pôr o som bem alto e apenas imaginar. Imaginar tudo o que queria que tivesse sido ou o que quero que venha a ser. Mas vou então deixar pra lá. Decidi em meio a tantos pensamentos que ver amigos, conversar e dar risada é a melhor maneira de não pensar no quem tem que pensar. Jogar o papo pro ar. Falar besteiras. Fazer perguntas banais e escutar respostas sem sentido. Isso é bom. Afinal o mar estará sempre lá para os pensadores.

Então, no que você está pensando?


quinta-feira, 25 de março de 2010


Dar um tempo - as vezes isso é tão importante quanto aproveitar uma oportunidade nova. Ter um tempo pra pensar, organizar as idéias, arrumar as bagunças, e o mais imprescindível: descobrir o que verdadeiramente importa pra você. Uma mulher não pode nunca deixar de ter seu tempo pra vaidade, pra um banho de rosas, pra um filme meloso regado a champagne e solidão. Um homem não pode nunca deixar de ter seu tempo regado a cerveja, sofá e solidão. A solidão é importante sim, ela mostra horizontes que são ofuscados quando há muita gente em volta. Penso, que para sabermos se realmente gostamos do que está em nossa vida, as vezes é preciso sentirmos falta, saudade e medo. Triste, mas real. Cinco minutos para um café as vezes resolvem mais problemas do que uma hora discutindo idéias com executivos. As pessoas precisam de tempo, precisam organizar seus sentimentos, pensamentos e conflitos. Precisam sentir que certas coisas valem apena, e outras não. Em um mundo onde as oportunidades são tão diversificadas, aproveitá-las é maravilhoso, mas reciclá-las é fundamental.
A solidão apavora, eu sei, mas uma hora você simplesmente sente que é necessário ficar sozinho.


sábado, 20 de março de 2010



Sabe aquela paixão devastadora? Aquela que te corrói do estômago às orelhas? Que te faz pensar ao dormir, ao acordar, ao estudar, ao trabalhar? Sabe aquela paixão? Pode ser por alguém ou por alguma coisa, tanto faz... é aquela paixão! Te deixa nervoso, ansioso, aflito e ao mesmo tempo radiante, vivo! Parece que tudo a sua volta desaparece e perde a importância. Parece que a sua consciência some do mapa e não acompanha mais as besteiras que você faz. Parece que o mundo conspira para tocar sempre a mesma música no rádio. Sabe aquela paixão que cega? Aquela paixão que arde, fascina? Aquela paixão que te tira a razão, o fôlego, a concentração? Sabe aquela paixão? Preciso senti-la.


sexta-feira, 19 de março de 2010


"Eu não estou interessado em nenhuma teoria,
Em nenhuma fantasia, nem no algo mais
Nem em tinta pro meu rosto ou oba oba, ou melodia
Para acompanhar bocejos, sonhos matinais
Eu não estou interessado em nenhuma teoria,
Nem nessas coisas do oriente, romances astrais
A minha alucinação é suportar o dia-a-dia,
E meu delírio é a experiência com coisas reais..."


quinta-feira, 18 de março de 2010


Acho que eu é que não presto atenção na trilha sonora!


terça-feira, 16 de março de 2010



Sempre tive uma carcaça forte e segura, é verdade.
Mas é terrível saber que é isso que me atrai nas pessoas.
Quando virão até mim e primeiro me perguntarão o que há de errado comigo,
ao invés de já virem me contando seus problemas?
E quando eu me perder? Quem estará lá seguro pra mim?


quinta-feira, 11 de março de 2010



Bem, sou aquela que diz que adora chuva, mas se no dia seguinte me convidar para admirá-la, pode ser que já a esteja odiando...
Gosto de acordar cedo, dormir pouco... Mas de repente quero dormir por semanas...
Tenho uma vontade repentina de filme, jantar, o que for... Mas em 5 minutos ela pode evaporar sem deixar vestígios...
Posso rir muito, de faltar o fôlego, e no minuto seguinte me tornar silenciosa e pensativa...
Gosto de ficar sozinha, mas quando estou sozinha sinto falta das pessoas...
Digo que não gosto de sair, mas quando saio é sempre bom...
Gosto de verde, hoje. Amanhã, talvez azul...
Gosto e desgosto com a mesma rapidez...
Lembro, que de pequena os brinquedos costumavam ser desejados e deixados de lado num segundo... Assim como as pessoas algumas vezes...

Depois de conviver anos com gente que sabia explicar exatamente o era ou sentia...
Percebi que não sou alguém para explicar, mas para confundir. E acho isso bem mais atraente.
É tentador imaginar que um dia possa haver alguém que me decifre...