domingo, 15 de agosto de 2010


         Ela o avistou na beira do deck, ombros largos, cabelo moreno. Parecia distante, pensando talvez em alguém especial, talvez nela - a garota que ele viu uma única vez naquele corredor de navio e que não saíra de sua cabeça. Assim ela desejou. Com o som do bolero ainda ao fundo, um copo de champagne às mãos, ela se aproximou. A brisa do mar balançava de leve seus cabelos, ela sentiu uma leveza e uma vontade de fechar os olhos e abrir os braços para que só existisse aquele sentido, mas continuou andando, se contentando em apenas fechar lentamente os olhos e se imaginar flutuando. Quando sentiu que estava perto, abriu os olhos e ele estava lá, os cabelos balançando, escorado no parapeito e olhando para ela com um sorriso deslumbrante de quem olha para alguém que já esperava há muito tempo. Ela parou enrubescida, sentiu que seu rosto avermelhava. Ele se aproximou lentamente, tirou o copo de suas mãos e delicadamente a enlaçou em seus braços . Ali, naquele deck iluminado, temperado pela brisa do mar, eles dançaram da maneira mais mágica e nostálgica que seus pés podiam alcançar, e flutuaram.



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