terça-feira, 6 de abril de 2010


Ok. Não conseguir escrever talvez não seja falta de sentimentos e pensamentos, talvez seja o excesso deles. Dá até vontade de organizá-los em ícones, pô-los em ordem alfabética e catalogá-los em uma pasta de arquivo morto, que na verdade não é tão morto assim. Vamos recapitular - uma semana pensando pode ter rendido muito pano pra manga, ou pro vestido todo.
Percebi que gosto do mar, de uma maneira renovadora e ao mesmo tempo obsessiva. Preciso dele. Eu já sabia que gostava de acordar cedo, tomar um café da manhã regado a frutas e iogurte light, caminhar sozinha na praia ouvindo um som do tipo Ana Carolina e Kid Abelha - isso pode significar que combino com praia, ou que posso ter a esperança de uma velhice saudavel. - Também confirmei minha teoria de ter uma tremenda ansiedade social. Sério, fico com o estresse abalado com gente por perto, se é que isso é possível - talvez isso signifique que tive uma vida traumática com gente demais em volta o tempo todo, ou que eu realmente precise de mais tempo do que a maioria das pessoas. - Percebi que penso muito, demais, em tudo. Percebi que desabafo pouco, muito pouco, sobre tudo. Reparei que imagino coisas demais, coisas irreais, situações inatingíveis - quando era criança pensei que isso desapareceria com o tempo. - Descobri que o amanhã me assusta, e me assusta não viver o hoje. Difícil conciliar. Revejo situações, instantes, cenas que passaram e agora voltam com um pouco de trilha sonora e umas ações improvisadas - isso me lembra do medo que tenho de ter deixado pra trás instantes que foram tão bons e que talvez foram tão bons por terem sido deixados pra trás. Ah! Aqueles instantes! - Então decido tudo, organizo, planejo e me conforto, mais como uma espécie de alívio, do que um conforto propriamente dito. Até que volto, me vejo novamente diante das situações e de novo penso, penso, repenso, como se não houvesse tempo suficiente no mundo que revelasse o que é certo a fazer.
Vontade de ficar só na imaginação. Baixar o vidro do carro, pôr o som bem alto e apenas imaginar. Imaginar tudo o que queria que tivesse sido ou o que quero que venha a ser. Mas vou então deixar pra lá. Decidi em meio a tantos pensamentos que ver amigos, conversar e dar risada é a melhor maneira de não pensar no quem tem que pensar. Jogar o papo pro ar. Falar besteiras. Fazer perguntas banais e escutar respostas sem sentido. Isso é bom. Afinal o mar estará sempre lá para os pensadores.

Então, no que você está pensando?


Um comentário:

  1. Eu estou pensando em como foi que eu descobri o teu lindo blog só agora!
    Realmente doce. E as besteiras são as menos bestas que eu já vi! Haha
    Adorei! Tens um estilo leve e delicado de escríta. A leitura flui.

    Um grande abraço gaúcho-lusitano!
    Saudades! Vou sempre passar por aqui =)

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